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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

E é finito


Fazer aniversário em dezembro não é para qualquer um. Andei dizendo muito isso e as pessoas não acreditam, mas é verdade. Balanço de final de ano somado à análise inevitável de que se está ficando mais velho e ainda não se está lá, aos quase trinta, requer estrutura reforçada, muito chocolate, sorvete e filme da Reese Whiterspoon. E ainda bate aquela sensação de que vamos renovar promessas automaticamente, como se fôssemos o Paulo Maluf de nós mesmos.

Mas avaliando com calma, revendo as tabelas e batendo os diferentes índices é possível um entusiasmo quase lulista. Por isso, em edição inédita do “Crônica das 12”, vamos dar nomes aos bois, os melhores de 2010:

Dio, Evelyn, Denis, Grazi, Coru, Karina, e Fê – foi um ano de almocinhos das mais variadas cozinhas e dos melhores bate-papos de computação à dinâmica familiar, de RPG ao mais novo filme em cartaz.  Precisamos manter a ideia na pauta de 2011. Nesse ano a turma cresceu com a chegada da Grazi, o melhor reforço ao grupo em anos. E que o deus que combina as agendas nos abençoe.

Aline Macário e Macarrão – ela é meu avatar em Americana (SP)! Vale qualquer viagem para revê-los.

Reinaldo – obrigada por esse blog – afinal o dele (confiram a Claquete encabeçando a lista ao lado) me inspirou a começar esse projeto -, por alimentar o meu gosto pela sétima arte e pelos pitacos sempre precisos aos meus textos, dos quais serei eternamente dependente.

Maysinha – a melhor editora do mundo, muito obrigada pelas dicas, pelo carinho e amizade.

Carpinejar e Marcelino Freyre – escrever é preciso e é muito mais gostoso com as dicas de vocês. São dois escritores fodásticos, que quem não conhece precisa parar tudo e ler. Bem-humorados, generosos e, por vezes, ferinos na medida, enfim, o melhor da literatura brasileira now.

Flavinho, Ju Dondo, Leo, Talitinha, Carols, Lia... – trabalhar com vocês faz o meu dia mais feliz, parece clichê, mas é verdade. E me justifico lembrando que o clichê já foi uma ótima ideia, tão boa que passou a ser reproduzida em massa.

Paola – amiga que sempre me oferece um ano de pleno de aventuras jornalísticas e que está sempre presente, por telefone, e-mail e até pessoalmente.

Dri Yazbek, Emerson, Antonietta, João, Mário... – turma que provou que é possível fazer um ano diferente sim, a despeito da repetição do slogan por uma emissora de tv, apenas se deixando levar pela vontade de se contar uma boa história.

Queridos leitores Gente que eu fui conhecendo e me conhecendo aos poucos nesses meses, obrigada mesmo. Vocês humanizam essa blogosfera e me dão gás para continuar.       
  
Se alguém não entrou nominalmente na premiação, vai ver está camuflado em algum dos textos, confira e depois me diga.

E cuidado com o que desejam porque espero que todos os seus pedidos se tornem realidade em 2011.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Pedra


Fama era o objetivo de Marina na vida. Optou pelo jornalismo, caminho, no mínimo, controverso para esse fim. Entrevistaria celebridades, desvendaria escândalos, divulgaria atrocidades contra os direitos dos mais humildes. Seria um combo de Glória Maria com Caco Barcellos. Escreveria livros. E daria muitas entrevistas: Marília Gabriela, Jô, Faustão. Não fosse por um detalhe: ela só sabia falar por escrito.

Marina já tinha concedido entrevistas antes. Sabe, fonte ideal? Já a tinham procurado para falar sobre sua experiência como a única mulher vip na balada gay, sobre sua opinião quanto à proibição de caminhões na marginal Pinheiros e até sobre a queda do avião que não matou a Xuxa. Tudo por e-mail ou MSN.

Falar por escrito? Bem, não pode ser sério – pensa você, leitor. Mas é a absoluta realidade. Veja que o baque aconteceu em uma entrevista de emprego, quando o entrevistador saiu do roteiro estabelecido pela convenção social: nada de perguntar sobre quais seriam suas expectativas na nova empresa, de parecer ter lido seu currículo, ou de lhe contar o que afinal fazia um jornalista na área de culinária corporativa.

Por que você continua no jornalismo? Cite uma matéria de nossa revista que você publicaria em forma de pirâmide. Por que você saiu de seu antepenúltimo emprego? Sócrates: quem, o quê, como, onde e, principalmente, por quê? Você ainda mora com sua mãe?

Marina queria protestar: era permitido sair do combinado apenas em entrevista com políticos pegos em áudio e vídeo cometendo flagrante delito, jamais esse último recurso deveria ser admitido em uma questão tão protocolar quanto uma entrevista de emprego. Será que aquela caneta azul ali no canto superior esquerdo da estante, diante do manual de redação, não seria uma microcâmera?

O olhar dos recrutadores era tranqüilo. Marina suava. Analisou que eles só esperavam que ela lhes desse a senha do capitão Nascimento (pede pra sair!). Resistiu. Mais ou menos. Não conseguiu elaborar a tempo suas respostas. Foi resmungando pelo caminho que aquela entrevista devia ser feita por e-mail. No elevador, ainda sob forte emoção, resolveu denunciar via twitter, mas saiu apenas um clichê: puta falta de sacanagem. Foi sua última entrevista ao vivo.
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