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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

E é hora do Crônicas Retrô




Eu não me incomodaria de ter um ano novo meio parecido com esse que se vai. Sei que a maioria quer 2011 entre logo no bolso e que carregue tudo possível junto. Mas, apesar das turbulências econômicas, pessoais inclusive, eu aceitaria de boa uma outra rodada dos pontos fortes desse ano: os novos amigos (pessoal do B_arco, dos cursos da Terracota editora, etc.), as férias do meio de ano (dobradinha entre Paraty/RJ e o Ceará), eu ter tido coragem para voltar à facul, as aulas maravilhosas do querido Marcelino Freire e tanta coisa ... Fui meio ausente do “Crônicas das 12”, mas andei colaborando com o pessoal do “Vida daSete Chaves, e descobri, vejam só, que tenho fôlego para narrativas mais longas.

Em 2012 a ideia é dar uma repaginada no layout do blog – que sim, vai continuar muito azul, mas com mais destaque para as fotos – e criar um outro blog, este sobre livros, veremos. Bem, não prometo datas porque, e isso é outra descoberta de 2011, o importante é começar, mesmo que seja uma dieta uma semana antes do Natal, :P

 "Resoluções? Eu? O que você está sugerindo? Que eu preciso mudar?? Bem, amigo, no que me diz respeito, eu sou perfeito do jeito que eu estou!"

Assim, no apagar das luzes, pensei que seria bacana fazer uma retrospectiva dos meus melhores textos neste ano – pelo menos foram os que eu mais gostei de ter escrito. Quem não viu, veja agora no “Crônicas Retrô”. E claro, que seu ano seja abençoado e que você tenha força e saúde para conquistar o que 2012 tiver de melhor a oferecer.








sexta-feira, 27 de maio de 2011

Eu vi a aura do Rio

Aquela calça com os fundilhos no joelho, que ainda é moda, nunca me enganou. Ô coisa ridícula. Olho para as pessoas e me pergunto se ninguém vai gritar que o rei está nu. Não grito, sou velha demais pro meu aviso colar. Mas sei que devo conceder o benefício da dúvida, vez ou outra, por isso me preparei e fui conhecer o Rio de Janeiro.

Como todo mundo neste país, tenho mais horas de Rio na memória do que qualquer outro lugar. Sabe aquele roteiro: Cristo, Lagoa, Ipanema, Sambódromo? De tanto que vi, gastou.  

Outras centenas de arquivos ajudaram nisso: tiroteios na Linha Vermelha, na Linha Amarela, arrastão na orla de Copacabana e aquela lengalenga de chamar favela de comunidade.

Fui conhecer os monumentos históricos, o casarão real no Jardim Botânico, a casa da condessa de Barral, amante de Dom Pedro II, o Palácio do Catete, a Biblioteca Nacional. E a noite da Lapa. Queria me jogar. De asa delta, da Pedra Bonita.

Pense numa viagem de erros. Levei uma dezena de horas no trânsito pra chegar à terra prometida. O museu do Catete só abriria depois das duas da tarde – coisa pra desafiar a escassa paciência paulistana. Outros nem isso. O centro deserto, nenhuma loja aberta e nem era meio-dia quando chegamos naquele sábado. Entre as ruelas, os prédios antigos calados e, adiante, a Candelária em reformas. Só deu pra imaginar como tudo aquilo seria.

Daí cansei de ser turista. Sou brasileira, sou de casa. Fui à praia na Barra mesmo. Também fui ao Posto 9, em Ipanema, e vi camelôs trajados de árabes vendendo quibes e esfihas abertas. Sucesso. Vi, da Pedra do Arpoador, o sol se pôr. Mas gostei mais do Aterro do Flamengo: eles simplesmente fecham duas pistas de uma avenida imensa e emendam asfalto, parque e praia. Criançada brincando, gente jogando vôlei, pedalando, lendo à sombra, e até tomando banho de mar.

Comi feijão preto todo dia, graças à Ana. E jantei pão com presunto e queijo, autêntico de avó. E comida mexicana em um quiosque na praia, na Ilha do Governador. Ficou só faltando ir a um barzinho super bem cotado no festival Comida di Buteco, fechado em respeito à Sexta-Feira Santa. E conferi as relíquias de Bono e Madonna no Hollywood Cafe, que nem estava na minha programação, ao som de um rock de praia.

Vi o Rio dos meus amigos. Descobri um Rio família como uma cidade do interior, que jamais imaginei. As pessoas ali não sucumbem à metrópole. Como é, não sei, mas voltei meio carioca também.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Confissão

A terapeuta diz que minha implicância é ciúme, mas tenho o tempo a meu favor: sempre detestei meninas mimimi. Menina mimimi é aquela que é toda risadinha, que é uma delicadeza só, que criança não jogava bola pra não mostrar a calcinha, fica vermelha se ouve palavrão e é incapaz de pensar por si mesma. É uma fraude. E como faz sucesso.



Chega até a me dar urticária. A última crise foi tamanha que até me submeti a um teste, desses de revista, para aferir o meu grau de feminilidade. A pontuação ia de zero a 300. Aqueles com perfil masculino deveriam marcar até 150. De 180 em diante, estavam as legítimas filhas de Eva. Soma daqui, revisa dali, meu resultado foi 155.

Veja que cento e cinqüenta e cinco não é código pra traveco. E se fosse, não creio que eu causasse maiores fenômenos.  Diz o tal do teste que a zona cinzenta entre 151 e 179 indica quem tem a mente equilibrada entre os dois tipos de raciocínio, feminino e masculino. Ainda sob os efeitos da pressão mimimi, quase aceitei um tratamento de choque: pintaria meu quarto de rosa, iria trabalhar sempre de saia e saltinho, cortaria franjinha e passaria a ler Sidney Sheldon.

A menção a Sheldon foi absolutamente técnica, como minha mente racional e quase absolutamente masculina exige. Lembro de ter visto na internet uma pesquisa que dizia que mulheres que lêem romances românticos batem de longe as que preferem outros tipos de leitura no quesito relacionamentos – a rivalidade, afinal, também consiste nisso.

Eu tentei. Fui lá na livraria e peguei um título qualquer com uma mocinha em um vestido de época na capa. A reação do meu organismo foi violenta: quase o deixei cair no chão. As páginas transbordavam – acho que só uma desintoxicação poderosa pra me livrar da má influência – de coisas como “crepúsculo”, “lágrimas que rolavam pelo rosto”, e “ela sorriu lentamente”.

Combater o mimimi é de família. Ainda criança, minha avó, pessoa da maior seriedade, interrompia a leitura do evangelho para me lembrar que “muito riso, pouco siso”. Não preciso tomar juízo graças a ela e, talvez por isso, sinto falta de autenticidade na mimimi. Tem uma frase do poeta Vladimir Maiakovski perfeita: “Amar não é aceitar tudo; aliás, onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor”. Gente que não peida e que não tem opinião, desculpa, mas, não tem vez comigo.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

E é finito


Fazer aniversário em dezembro não é para qualquer um. Andei dizendo muito isso e as pessoas não acreditam, mas é verdade. Balanço de final de ano somado à análise inevitável de que se está ficando mais velho e ainda não se está lá, aos quase trinta, requer estrutura reforçada, muito chocolate, sorvete e filme da Reese Whiterspoon. E ainda bate aquela sensação de que vamos renovar promessas automaticamente, como se fôssemos o Paulo Maluf de nós mesmos.

Mas avaliando com calma, revendo as tabelas e batendo os diferentes índices é possível um entusiasmo quase lulista. Por isso, em edição inédita do “Crônica das 12”, vamos dar nomes aos bois, os melhores de 2010:

Dio, Evelyn, Denis, Grazi, Coru, Karina, e Fê – foi um ano de almocinhos das mais variadas cozinhas e dos melhores bate-papos de computação à dinâmica familiar, de RPG ao mais novo filme em cartaz.  Precisamos manter a ideia na pauta de 2011. Nesse ano a turma cresceu com a chegada da Grazi, o melhor reforço ao grupo em anos. E que o deus que combina as agendas nos abençoe.

Aline Macário e Macarrão – ela é meu avatar em Americana (SP)! Vale qualquer viagem para revê-los.

Reinaldo – obrigada por esse blog – afinal o dele (confiram a Claquete encabeçando a lista ao lado) me inspirou a começar esse projeto -, por alimentar o meu gosto pela sétima arte e pelos pitacos sempre precisos aos meus textos, dos quais serei eternamente dependente.

Maysinha – a melhor editora do mundo, muito obrigada pelas dicas, pelo carinho e amizade.

Carpinejar e Marcelino Freyre – escrever é preciso e é muito mais gostoso com as dicas de vocês. São dois escritores fodásticos, que quem não conhece precisa parar tudo e ler. Bem-humorados, generosos e, por vezes, ferinos na medida, enfim, o melhor da literatura brasileira now.

Flavinho, Ju Dondo, Leo, Talitinha, Carols, Lia... – trabalhar com vocês faz o meu dia mais feliz, parece clichê, mas é verdade. E me justifico lembrando que o clichê já foi uma ótima ideia, tão boa que passou a ser reproduzida em massa.

Paola – amiga que sempre me oferece um ano de pleno de aventuras jornalísticas e que está sempre presente, por telefone, e-mail e até pessoalmente.

Dri Yazbek, Emerson, Antonietta, João, Mário... – turma que provou que é possível fazer um ano diferente sim, a despeito da repetição do slogan por uma emissora de tv, apenas se deixando levar pela vontade de se contar uma boa história.

Queridos leitores Gente que eu fui conhecendo e me conhecendo aos poucos nesses meses, obrigada mesmo. Vocês humanizam essa blogosfera e me dão gás para continuar.       
  
Se alguém não entrou nominalmente na premiação, vai ver está camuflado em algum dos textos, confira e depois me diga.

E cuidado com o que desejam porque espero que todos os seus pedidos se tornem realidade em 2011.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Conselho de amigo


Apenas para o meu bem fui proibida de ouvir minha canção preferida. A recomendação do amigo, cheio de boas intenções, era que assim deixaria de me lembrar do meu ex amor. Contrariada, obedeci – já havia passado do ponto de recusar ajuda. Imediatamente, a voz sabotadora de Luíza Possi começou a tocar em minha cabeça em um "repeat" infinito.

Se entendesse de medicina poderia cogitar que fosse meu organismo rejeitando aquela ideia estranha. Lembrei-me de uma tia que no período adolescência acreditava que todas as músicas de Roberto Carlos haviam sido compostas para ela.

Minha mente travou naquela música. Não que eu tenha algo contra. O meu humor reage imediatamente bem aqueles versos (“Você me faz bem/ quando chega perto/ com esse seu sorriso aberto...) . 

Mas ele tinha razão. Há músicas que nos prendem. Ou que deixam um gosto na boca. De vodca, de beijo na testa, de sal de lágrima. 

Foi numa dessas que enterrei minha melhor dose de Joss Stone. 

Antes que eu tivesse uma recaída, tratei de instalar um antivírus. Toquinho. Sheryl Crow. Daniela Mercury. Green Day. Mombojó. Apocalyptica... E Diana Krall.

Loira, canadense, quarentona, cantora de jazz. Poderosa. Veio ao Brasil há pouco tempo... Guardem esse conselho pra vender depois: Diana Krall.

Os acordes de piano de “Just the way you are” são apenas meus. Sensuais, desconfio que já procuram alguém para que eu compartilhe a posse.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Uma noiva que não pede presente


Mais uma amiga que se casa. Também ela quer se seu momento seja inigualável. Tímida, mantém tudo em segredo. Inclusive o que quer ganhar de presente. Nós, os convidados, estamos em pânico e por um motivo bastante original: um casamento que não tem lista.

Sei que há casos em que não é preciso dizer. Conhecemos bem a pessoa, seu gosto, e por isso reconhecemos na vitrine, ou no coração, o que tem que ser.

Admito que causar surpresa é uma delícia. Um dos últimos presentes que dei foi assim. Exigiu uma mega operação, semanas de planejamento, apoio logístico, consulta às preferências do zodíaco e até uma ousada manobra de improviso. Foi a primeira vez que consegui comprar algo e segurar até a hora exata, mais de uma semana depois. Acabei presenteada com um dos melhores sorrisos que já recebi.

Porém, há momentos em que se deve abrir o jogo. Ou, pelo menos, dizer se está quente ou frio. Adoro dar presentes, mais do que receber. Todo o processo de imaginar o que combina com a pessoa e que tenha, ao mesmo tempo, algo meu. Só que investigar a demanda de uma noiva que mora a 100km de distância e já tem casa montada é tarefa para um verdadeiro Sherlock Holmes.

Um amigo aposta que deveríamos dar dinheiro. Que ela saberá dar o devido destino aos nossos votos. Protesto: casamento de amiga não é aniversário de afilhado do namorado.

Dinheiro não é presente. Agrada, até, mas não é a mesma coisa. Quem dá corre o risco de ser vítima do outro mais pobrinho que compra algo singelo, mas leva o obrigado mais sincero.  Bem feito! Abuso do poder econômico tem que ser mesmo coibido.  Só falta desenvolver uma justa medida contra aqueles que se recusam a dar uma mísera pista.

Visito sites e me decido por um edredon de milhares de fios egípcios. Para depois reconhecer que lá não faz frio o suficiente para usufruir o luxo. Hipótese descartada, minha mãe sugere sua opção coringa: um jogo de panelas. Deixo isso para quem mal a conhece e quer levar no tapetão.

Aparelho de jantar! Com 20, 30, 42 peças. Descarto os com cara de casa da vó. Apaixono-me completamente por aquele que parece saído de um filme dos anos 50, para me encantar um clique depois por um preto anguloso pós-moderno.

Lembro que o fogão dela pede clemência e lá vou fazer o orçamento. Tentar uma promoção amiga com primo convenientemente empregado nas Casas Bahia.  Mas fogão é presente de mãe. Primo, quero um presente de amiga, tem?

Não quero ser útil. Quero sonhar junto. O vestido. A festa. A cortina da cozinha. Preencher o desejo da noiva com um pouco do meu. Dar-lhe algo do lugar onde um dia irei morar.
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